II CONFERÊNCIA DA JUVENTUDE

No dia 5 de agosto de 2011, nas mediações da Universidade Paranaense – UNIPAR, em Cascavel, ocorreu a II Conferência Municipal da Juventude. A proposta da conferência é de grande importância e de urgência para a cidade e para o país todo, no entanto a maneira como ela foi tratada e abordada em seus diferentes eixos, deixou muito a desejar. Inicialmente a divulgação da conferência não existiu, deixando claro que sua organização teve de ser feita as pressas decorrente ao prazo dado a nivel nacional, como a própria organizadora afirmou. A conferência foi organizada pelas Secretarias municipais de Esportes, e educação.

Foi dada muita importância a parte burocrática, como é de praxe em meios políticos sem comprometimento, e a parte de fundamental importância para a conferência foi tratada com descaso. Por ser uma segunda edição da conferência, acreditamos e torcemos para que uma próxima seja mais bem organizada.

A conferência iniciou-se com uma apresentação teatral, de alunos da própria UNIPAR, sendo eles os únicos jovens da instituição presentes na conferência. Logo após montaram a solene mesa de políticos e entidades de apoio que permaneceram ali até o momento de se pronunciarem e logo em seguida foram embora, não participando do debate em momento algum, que por sua vez deveria ser a prioridade do momento, pois é um caso de urgência para a cidade de Cascavel. Todo esse procedimento consumiu 3 horas da conferência, deixando apenas 1 hora destinada ao que realmente interessava – o debate!

O debate aconteceu de ultima hora, onde foram expostas apenas as revoltas dos adolescentes ali presentes, sobre todos os assuntos que lhes dizia respeito. Estavam todos revoltados e estavam ali porque acharam que aquilo realmente tinha sido feita para ajudá-los. Não foi em momento algum. Ficou claro ali, que tudo aquilo era apenas uma exigência a ser cumprida, para evitar problemas posteriores, mas que não tinha importância alguma. As propostas foram feitas sob a pressão do tempo que estava se esgotando. Dentro do período de uma hora, destinado a criação das propostas, foram trabalhados temas como, educação, trabalho, cultura e comunicação, tudo isso apenas no Eixo um, existindo além desses mais quatro eixos de debate.
Na verdade, o motivo da conferência, não é fazer debate, mas isso até poderia acontecer se o tempo não fosse mal aproveitado com a autopromoção de alguns e esses mesmos, tivessem realmente interesse em discutir os temas.
Lá deveriam chegar apenas às propostas prontas, derivadas de debates anteriores a conferência, o que também não acontece. Mesmo assim, o que mais chamou a atenção é que a conferência é destinada a jovens entre 15 e 29 anos, no entanto, eles não estavam presentes. O que deu a entender é que a conferência é destinada apenas a adolescentes carentes, de baixa renda, pois a própria UNIPAR, que cedeu o espaço para a ocorrência da mesma, não parece ter divulgado nada para seus alunos. Não havia alunos suficientes para a proporção da cidade e apenas cinco estudantes de ensino superior. Isso mostra o descaso em que a cidade de Cascavel se encontra com relação a sua juventude.

Não existe espaço de convívio social para os jovens, a não ser as praças, onde a maioria deles corre o risco de a qualquer momento ser abordado e revistado pela polícia, sobre o pretexto de estarem TALVEZ portando drogas. O desrespeito com a juventude em Cascavel está cada vez mais alarmante e a II Conferência Municipal da Juventude bem como as políticas públicas inexistentes que deveriam ser destinadas a esse assunto nos mostram isso escancaradamente.

A II Conferência Municipal da Juventude poderia ser caracterizada como uma grande falta de respeito com a juventude. Ela ocorreu apenas para conferir que a juventude da cidade permaneça lançada ao descaso que está e para que os grandes nomes da cidade possam se certificar de que continuarão mantendo a outra camada da juventude, a juventude burguesa no patamar em que está. Alienados também, porém com muito mais oportunidades.

O que revolta, tanto na cidade de Cascavel, quanto em todo canto do país, é o fato de os adolescentes mais carentes, não terem acesso a uma infinidade de coisas que colaborariam para o seu desenvolvimento cultural, tendo eles de se contentar com aquilo que é feito e destinado para a massa. Já por outro lado, um adolescente rico, tendo todas as oportunidades, tendo um acesso ilimitado a culturas diferentes, e a várias possibilidades dentro da própria, ser tão pobre culturalmente. As universidades estão matando a cultura do país. O acesso ao conhecimento esta banalizando todas as formas de respeito, de desenvolvimento e deixando as pessoas superficiais, assim como tudo que elas absorvem.

1- Ciriana o que você achou da conferencia da juventude?
Muito mal organizada,espaço de tempo muito pequeno,falta de sensibilidade por parte das autoridades que montaram a mesa de honra, pois depois de desfeita a mesa foram embora sem nem se quer ouvir as propostas e as reivindicações dos jovens q ali estavam presentes. Enfim acredito q essa conferencia não trouxe nenhum resultado satisfatório para cascavel.